Conheça todas as opções de contracepção não hormonal
There are 12 non-hormonal ways to prevent pregnancy
*Tradução: Mariana Rezende
Coisas importantes a saber:
Algumas opções de contraceptivos não hormonais exigem sua atenção toda vez que você faz sexo, enquanto outras duram anos ou são permanentes.
A contracepção é segura para a maioria das pessoas, mas pode não ser a melhor opção em casos de problemas cardíacos, parto recente ou incômodo com seus efeitos colaterais
Os preservativos são o único método contraceptivo que protege contra a gravidez e as ISTs (infecções sexualmente transmissíveis)
Os métodos de monitorização da fertilidade podem ser uma boa opção se caso queira evitar hormônios e para aprender mais sobre como funciona seu sistema reprodutivo.
Há cerca de 922 milhões de mulheres e pessoas com ciclo mundo afora que têm entre 15 e 49 anos e que usam algum tipo de anticoncepcional (1). Isso inclui tanto métodos hormonais como não hormonais. Nos EUA, 99% das pessoas com ciclo usaram ao menos um tipo de método contraceptivo e 88% usaram a pílula anticoncepcional, a injeção, o adesivo ou o dispositivo intrauterino (DIU) ao menos uma vez (2).
Também nos EUA, a maioria das pessoas com ciclo usará três diferentes métodos contraceptivos; 30% usarão até cinco ou mais (2). A contracepção hormonal, de fato, não é para todo mundo. Algumas pessoas não podem utilizar certos métodos por causa de uma condição cardíaca ou por estarem em estágios da vida como as primeiras semanas do pós-parto (3, 4). Outras pessoas podem ter razões pessoas para evitar os hormônios de anticoncepcionais. Se você está explorando opções, há algumas alternativas livres de hormônios que você pode aprender sobre.
Métodos contraceptivos não hormonais e sua eficácia em evitar uma gravidez
Há 12 métodos contraceptivos não hormonais. Cada um tem seus prós e contras. Ao escolher um método, considere seu objetivo principal (prevenir uma gravidez ou outra coisa) e o quão confortável você está com a possibilidade de engravidar caso o método escolhido não funcione.
As seções a seguir discutirão cada anticoncepcional não hormonal em detalhe, como o índice de gravidezes indesejadas de cada método. Uso típico descreve o uso do método com uma pessoa o faz normalmente, em média. Isso significa que pode haver vezes em que alguém não toma ou aplica seu contraceptivo ou o usa incorretamente. Uso perfeito descreve o uso do método exatamente como recomendado em cada encontro sexual.
1. Sexo sem penetração
Gravidezes intencionais após um ano de uso:
Uso típico: no momento da intimidade, sexo não penetraviso pode, "por acidente' terminar em penetração. Uma gravidez ou infecções sexuais podem ocorrer se outra forma contraceptiva não estiver sendo usada em conjunto (5).
Uso perfeito: o sexo sem penetração previne gravidez e infecções se fluidos do corpo de uma pessoa não tocarem a outra pessoa (5).
O sexo sem penetração são atividades sem penetração vagina, anal ou oral (5); pode ser uma ampla gama de atividades sexuais, incluindo beijar, abraçar, masturbação (individual ou com outra pessoal), uso de brinquedos sexuais, se esfregar, assistir pornografia com outra pessoa e carícias nos seios.
Para muita gente, essas atividades sexuais podem trazer tanto prazer quando a penetração.
2. Camisinhas externas "masculinas"
Com o uso perfeito, 2 em cada 100 mulheres engravidam em um ano. Com o uso típico, 13 em cada 100 mulheres engravidam (5).
Camisinhas externas são métodos de barreira que protegem contra a gravidez e a disseminação de infecções sexuais (ISTs) se usadas como recomendadas todas as vezes (6). Esses preservativos clássicos são fáceis de encontrar, baratos ou até de graça, sendo a forma predileta de contracepçnao para muitas pessoas. Hoje, as camisinhas vêm numa variada gama de estilos, formas, cores e até sabores (5). Adicionar lubrificação pode fazer o sexo com a camisinha ser mais prazeroso. O lubrificante é especialmente necessário durante o sexo anal, para evitar que a camisinha rompa (8).
Tipos de preservativos
Látex: a maioria das camisinhas é feita de látex. No entanto, você não deve usar lubrificantes à base de óleo com preservativos de látex; apenas lubrificantes à base de água ou silicone são adequados (5).
Pele de cordeiro: este material natural não protege contra ISTs devido à presença de poros minúsculos que podem permitir a transmissão de infecções virais. Os preservativos de pele de cordeiro podem ser usados com lubrificantes à base de água, óleo ou silicone (6).
Poliuretano e sintético: mais durável que o látex e, ao contrário do látex, pode ser usado com lubrificantes à base de óleo (5).
3. Camisinha interna "feminina"
Com o uso perfeito, 6 em cada 100 mulheres engravidam em um ano. Com o uso típico, 21 em cada 100 engravidam (5).
O preservativo interno (feminino) é tipicamente menos eficaz que o preservativo externo (masculino) mas ainda é a escolha ideal para algumas pessoas. O preservativo interno ou "feminino" é feito de poliuretano ou nitrilo e inserido na vagina ou ânus durante a relação sexual (5). Ele vem equipado com um anel em cada extremidade do preservativo para mantê-lo no lugar e impedir que ele se solte na vagina. Pode ser inserida até oito horas antes do ato sexual (6).
4. Diafragma e capuz cervical
O capuz cervical é menor que o diafragma e é posicionado ao redor do colo do útero (5). Os diafragmas ficam posicionais atrás do osso púbico (5). Os diafragmas e capuzes não protegem contra infecções sexuais (5).
Com o uso perfeito do diafragma (que inclui o uso de espermicida), 16 em cada 100 mulheres engravidam em um ano. Com o uso típico, 17 em cada 100 têm uma gravidez indesejada (5).
5. Esponja
A eficácia também depende de você ter tido uma gravidez com duração de pelo menos 22 semanas:
Para quem nunca engravidou, 9 em 100 engravidarão em um ano com uso perfeito e 14 em 100 engravidarão com o uso típico (5).
Para quem já estive por pelo menos 22 semanas com uma gravidez: a taxa de falha é de 20 em cada 100 mulheres com uso perfeito. Com o uso típico, 27 em cada 100 mulheres têm uma gravidez indesejada (5).
A esponja contraceptiva deve ser embebida em espermicida e colocada na vagina antes do sexo. Ela deve permanecer lá por seis horas após a atividade sexual (5). A esponja está disponível sem receita, mas é menos eficaz que o diafragma (5). Pode ser usada junto das camisinhas e pode ser a melhor escolha para muita gente, principalmente por ser facilmente acessível.
6. Cremes, espumas e supositórios
Em um ano, cerca de 16 em cada 100 pessoas engravidam com o uso perfeito. Com o uso típico, 21 em cada 100 pessoas engravidam em um ano (5).
Estes métodos são frequentemente usados em conjunto com preservativos, capuz cervical e/ou diafragma. Disponíveis em cápsulas sólidas (supositórios), espumas ou cremes (6). Apliquee o espermicida perto do colo do útero. Insira o aplicador, supositório ou creme dentro da vagina o mais fundo possível (6). Os espermicidas fazem o esperma ficar mais lento e evitam que eles entrem no colo do útero (5).
7. Phexxi (EVO100)
Gravidez não intencional no primeiro ano de uso: 14% (14 de 100) no uso típico, 7% (7 de 100) no uso perfeito (9).
O Phexxi não é um espermicida, é um método de barreira vaginal em gel, não hormonal, que pode ser usado sem camisinha (9). Para usá-lo, insira o Phexxi dentro da vagina na hora do ato sexual oua té 1 hora antes, usando o aplicador (9, 10). A vagina terá um pH menor, mais ácido (8). Isso dificulta a movimentação do esperma (9).
Em um estudo, uma minoria de pessoas que usaram Phexxi manifestaram queimação e coceira vaginal, infecções fúngicas e do trato urinário (10). Já que há maior chance de infecções urinárias com o Phexxi, converse com seu(ua) médico(a) antes de usá-lo, principalmente se você já sofreu com casos de infecções (10). No estudo experimental com Phexxi, menos de 1% das pessoas relataram infecções; desse 1%, apenas uma pessoa teve uma infecção séria (10).
8. Amamentação (amenorreia lactacional)
Gravidezes indesejadas após um ano de uso:
Não há um índice exato de uso típico para a amenorreia lactacional. Um estudo observou mulheres que retornaram ao trabalho no pós-parto e não conseguiram amamentar quando necessário. Descobriu que o índice de gravidezes indesejadas subia, nesta fase, para cerca de 5% (11).
Com o uso perfeito, 1-2% (2 entre 100) de pessoas que usaram a amenorreia lactacional como método contraceptivo engravidaram (5,12).
O método consiste em amamentar para prevenir a ovulação (6). Acredita-se que a sucção do leite por um bebê previne a produção normal do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) (13), inibindo o surgimento do hormônio luteinizante (LH) (13). Sem o LH, a ovulação não ocorre (13). Para a amenorreia lactacional ser efetiva são necessárias 3 coisas (2,5):
Você não teve nenhum sangramento menstrual desde o parto
Você está seis meses ou menos no pós-parto
De modo geral, você amamentar a cada 4 horas durante o dia, a cada 6 horas durante a noite e não usa mais que 15% da fórmula ou de leite extraído.
9. Coito interrompido (método "de retirada") como método contraceptivo
Uso perfeito: 4 em cada 100 pessoas engravidam em um ano (13). Uso típico: 20 em cada 100 mulheres engravidam em um ano (14).
O coito interrompido é a retirada do pênis da vagina antes da ejaculação (5). Este método não protege contra infecções sexuais. Casais que costumam usar o coito interrompido corretamente podem achar que este método funciona bem (15). O "uso perfeito" pode ser difícil e a chance de gravidez aumenta com o "uso típico" (15). Algumas pesquisas mostram que o líquido pré-ejaculatório pode vazar antes da ejaculação (16). Se isso acontece, o esperma pode entrar na vagina mesmo nos casos de uso perfeito (16).
10. DIU de cobre
Alta eficácia: menos de 1 em cada 100 mulheres engravidam em um ano com o uso perfeito (5).
O DIU de cobre não contém hormônios, pode ser usado por até 10 anos e serve também como contracepção de emergência. Não apenas é fácil de removê-lo, mas você pode engravidar imediatamente após a remoção (17). O dispositivo possui um fino fio de cobre enrolado em sua estrutura plástica e libera íons de cobre. Tais íons geram uma resposta inflamatória no corpo criando um ambiente inóspito para o esperma (18). O DIU não causa abortos pois ele não interrompe nenhum óvulo fertilizado (5).
Perfurações são incomuns; em diversos estudos, perfurações ocorreram em apenas de 0.4 entre 1000 pessoas até 2.2 entre 1000 pessoas (5, 18, 19). Há um aumento do risco de doença inflamatória pélvica se o DIU é inserido quando uma infecção sexual está presente (29). Muitos dos efeitos colaterais diminuem com o tempo (18). No entanto, por causa das cólicas e do aumento do fluxo, 4-915% das pessoas deixam de usar o DIU de cobre antes de completar um ano devido a eventuais sangramentos e dores menstruais. (21).
11. Esterilização ("laqueadura")
A esterilização é um método contraceptivo extremamente eficaz, com menos de uma em cada 100 mulheres engravidando em um ano, com uso perfeito (6).
A laqueadura tubária é um procedimento de esterilização para pessoas com útero (1). Para impedir que o óvulo viaje pelas trompas de Falópio e seja fertilizado pelos espermatozóides, as trompas de Falópio são cortadas, ligadas ou cauterizadas (5). A vasectomia é o procedimento de esterilização para pessoas com escroto (5).
A esterilização é uma opção contraceptiva permanente. A reversão (desfazer o procedimento) é possível, porém nem sempre funciona (5). Há uma chance de até 7% de gravidez ectópica após a reversão de uma laqueadura tubária (5). Ao invés de tentar a reversão, a fertilização in vitro é uma opção para tentar conceber após uma laqueadora.
12. Monitorização da fertilidade e planejamento familiar natural
Eficácia da monitorização da fertilidade após um ano:
Uso perfeito: varia de menos de 1-5% (<1 a 5 em 100), dependendo do método (16).
Uso típico: varia de 12-23% (12 a 23 em 100), dependendo do método (16).
O uso típico varia de 2 gestações em 100 a 23 gestações em 100 (17). A monitorização da fertilidade (chamada também de planejamento familiar natural) segue as mudanças em seu ciclo menstrual para prever a ovulação e os dias em que sexo possa levar a uma gravidez (5, 16). Se a pessoa não quer engravidar, é necessário evitar o sexo ou usar proteção em tais dias (5, 16). Para entender como os métodos de monitorização da fertilidade funcionam, é importante compreender o básico sobre o ciclo menstrual.
É compreensível como monitorar os fluxos e refluxos de seu corpo durante o ciclo possa ser intimidador. Nem todas as pessoas são educadas igualmente sobre o sisemta reprodutivo e a prevenção da gravidez (22, 23). Aprender como monitorar a sua fertilidade para prevenir a gravidez pode te ajudar a entender melhor os sistemas de seu corpo. Se isso soa interessante, o monitoramento da fertilidade/planejamento familiar natural pode ser uma boa opção para você.
A monitorização da fertilidade te ajuda a evitar hormônios e geralmente é grátis ou mais barata que outros métodos. No entanto, não previne contra infecções sexuais.
Diferentes métodos de monitorização da fertilidade
Existem diversos métodos para você monitorar a fertilidade e fazer um planejamento familiar natural, cada uma com suas próprias regras. Alguns são mais efetivos que os outros e nenhum é efetivo se você não utilizar como recomendado. Dentre eles:
Método rítmico (calendário)
Método de dias padrão
Método de dois dias
Método de Billings
Método sensiplan/sintotérmico
Apps de calendário de fertilidade para celular*
*Certifique-se de fazer sua investigação: de acordo com pesquisas nesta área, muitos aplicativos de fertilidade não são baseados em evidências, não utilizam métodos de monitorização e não são concebidos para serem usados como contraceptivos. A maioria dos aplicativos não prevê com precisão os dias em que você pode engravidar porque eles não levam em conta como o ciclo de cada pessoa pode ser único (24).
Nem todos métodos de monitorização da fertilidade são igualmente eficazes
Métodos como o "rítmico" ou o de "dias padrão" assumem que a duração da menstruação sempre segue um certo número de dias e a ovulação acontece no mesmo dia em cada ciclo (27). Uma pessoa tentando evitar a gravidez é instruída a evitar o sexo ou a usar outro método contraceptivo nos dias por volta da ovulação (26). Esses métodos funcionam bem para pessoas com ciclos previsíveis e que duram de 26 a 32 dias (27).
Nem todas as pessoas têm ciclos de 28 dias e a ovulação pode não acontecer mensalmente em seu décimo quarto dia (5). Os ciclos variam por um número de razões (5). Se um método não leva em conta a unicidade do ciclo de dada pessoa, prever a ovulação pode ser menos preciso, levando a uma maior chance de gravidez. Fazer com que o uso de um método seja rotineiro, usado de forma correta, pode levar tempo. De fato, ganhar experiência ao longo da prática pode ajudar (27).
Devo usar um método baseado em monitorização da fertilidade?
Diferentes fases da vida ou eventos que tornam suas menstruações imprevisíveis podem tornar os FABMs menos eficazes na prevenção da gravidez (5, 27). Se alguma das seguintes situações se aplicar, talvez a monitorização da fertilidade e o planejamento familiar natural não sejam ideais para você (27,25):
Você começou a menstruar recentemente
Você está chegando na menopausa
Você acabou de interromper o uso de contraceptivos hormonais
Você deu à luz recentemente
Suas menstruações são imprevisíveis
Você tem maior risco de contrair infecções sexuais
Você não é capaz de evitar sexo ou usar um método de barreira durante os dias com alto risco de engravidar
Seu(ua) parceiro(a) pode não querer participar ativamente do método
Se engravidar pode ser perigoso para sua saúde ou para sua vida, uma forma mais confiável de anticoncepcional pode ser uma melhor opção.
Escolhendo uma opção contraceptiva não hormonal
Não há um método contraceptivo perfeito. O essencial é aprender sobre as diferentes opções e encontrar a que funciona melhor para você. E isso pode mudar com suas escolhas de vida e com a idade.
Baixe o Clue para rastrear seu método anticoncepcional e saber mais sobre como ele funciona.
Artigo publicado originalmente em 28 de agosto de 2018.