5 coisas a saber sobre a sua libido
Mulheres e pessoas com ciclos merecem ter uma excelente vida sexual
Principais coisas a se saber sobre a libido de mulheres e pessoas com ciclo:
Mulheres e pessoas com ciclos possuem uma libido que oscila
Não existe uma quantidade certa ou errada de sexo para fazer
Todos têm direito a uma vida sexual prazerosa e confortável
Como especialista em medicina sexual, uma das queixas sexuais mais comuns que recebo de mulheres e pessoas com ciclos é que elas sentem que têm baixo desejo sexual ou baixa libido. Muitas dessas pessoas descrevem sentir-se envergonhadas ou "quebradas", muitas vezes pensando que algo está errado com elas.
Elas não precisam se sentir assim. O desejo sexual não é linear; pode haver mudanças que acontecem ao longo de sua vida (1). A autorreflexão e a comunicação aberta com parceiro/a(s) e, se necessário, com seu profissional de saúde podem tornar essas transições confortáveis e até fortalecedoras.
1. Não existe uma quantidade “normal” de sexo para se querer ou ter
É típico ter curiosidade sobre quanto sexo outras pessoas estão fazendo e o que constitui “normal” ou “anormal”. Na realidade, não existe normal, existe apenas a quantidade certa para você. Na verdade, Rosy conduziu uma pesquisa e descobriu que 2% dos casais fazem sexo diariamente, 3% dos casais nunca fazem sexo e o restante está em algum lugar no meio. A frequência das relações sexuais também pode mudar ao longo de sua vida. Um estudo descobriu que pessoas na faixa dos 20 anos faziam sexo com mais frequência do que pessoas na faixa dos 60 anos (2). A quantidade certa de sexo para se fazer é a quantidade certa para você. Isso pode diferir entre as pessoas dentro de um relacionamento. Muitas vezes ouvimos que um parceiro pode desejar fazer sexo mais do que o outro. Mantendo uma comunicação aberta, muitos casais encontram o que funciona para eles. Se isso for um motivo de brigas no relacionamento, talvez seja a hora de procurar ajuda. Um coach sexual certificado ou terapeuta sexual pode ser um bom começo para te ajudar a encontrar os próximos passos.
2. O desejo muda ao longo da vida
O desejo sexual muda ao longo da vida por motivos mentais, emocionais e circunstanciais. Nossa libido é influenciada por quase tudo; nossos ciclos menstruais, controle de natalidade hormonal, relacionamentos, infertilidade, gravidez, amamentação, menopausa, problemas médicos, medicamentos, educação sexual prévia, trauma, imagem corporal, estresse e muito mais; você pode escolher e isso vai afetar como nos sentimos e experimentamos o sexo (1).
O interesse sexual oscila naturalmente ao longo das muitas fases da nossa vida, desde a puberdade até a gravidez e pós-parto e além da menopausa–não há uma maneira única de se sentir!
3. Existe uma diferença entre libido, desejo e excitação sexual, e descobrir o que funciona para você pode ajudar
Como você leu acima, sua libido, ou a necessidade física/biológica do seu corpo por sexo depende de muitos fatores, tais como hormônios, estresse, dieta, exercícios e muito mais. O quanto você tem vontade, ou deseja, fazer sexo é diferente–é mais mental do que física (3). A excitação sexual é a nossa resposta, tanto física quanto mental, à forma como somos expostos a estímulos sexuais, que podem ser qualquer coisa, desde ler histórias eróticas, falar sobre sexo, ao toque físico. Pesquisadores descobriram que existem muitas maneiras de experimentar o desejo sexual, com duas teorias sendo “desejo sexual espontâneo” e “desejo sexual responsivo” (4). O desejo sexual espontâneo é a experiência de se sentir excitado aparentemente do nada (4). O desejo sexual responsivo é quando uma pessoa se sente fisicamente “acesa” primeiro e, em seguida, sente o desejo por sexo em resposta a essa excitação física (4). Mas a excitação sexual é um processo complicado que não é totalmente descrito por nenhum desses modelos. Uma maneira de saber se você tem excitação e deseja sexo, é prestar atenção ao que te excita quando está só, mas saiba que sentir excitação com outra pessoa é diferente de sentir excitação estando só. Tente começar lendo histórias eróticas ou se masturbando. Um pequeno estudo mostrou que o desejo sexual das mulheres pode aumentar através da leitura de histórias eróticas (5).
4. Todo mundo merece ter orgasmos
Em relacionamentos heterossexuais, 95% dos homens relatam que geralmente ou sempre têm orgasmo durante o sexo, em comparação com 65% das mulheres (6). Nas relações de mesmo sexo, homens e mulheres se apresentavam mais igualmente, em torno de 85% (6). Então, por que menos mulheres têm orgasmos durante o sexo heterossexual? Tem muito a ver com o prazer das mulheres ser despriorizado, bem como a má educação sexual e o estigma em torno de conversas abertas, o que leva ao sexo ruim.
Há muitas maneiras de experimentar um orgasmo; clitórial e vaginal são apenas dois deles. Um estudo mostrou que 73% das mulheres preferem o orgasmo que inclui estimulação do clitóris, como estimulação com a mão, sexo oral ou usando um vibrador (7). Conversei com algumas mulheres que passam a vida inteira pensando que há algo errado com elas porque não conseguem ter um orgasmo através do pênis na vagina ou do sexo com penetração. Este é um resultado direto de como falamos sobre sexo, como vemos sexo nos filmes e da pura falta de educação sexual que a maioria de nós experimenta.
Todas as mulheres e qualquer pessoa com quem elas estejam fazendo sexo precisam ter educação sexual adequada para tornar o sexo melhor para todos os envolvidos. Descobrir o que te ajuda a atingir o clímax pode levar a uma vida sexual mais satisfatória, mas, embora os orgasmos sejam ótimos, sentir pressão por ter um orgasmo em um determinado momento pode tornar o sexo estressante.
5. O Transtorno de Interesse/Excitação Sexual Feminino é uma condição que afeta o desejo sexual
Às vezes, o baixo desejo não é sobre seu nível de estresse, seu parceiro, desejo responsivo ou falta de orgasmos. Estima-se que entre 8-19% das mulheres podem ter transtorno do desejo sexual hipoativo ou HSDD (8). Não entendemos completamente o que causa o Transtorno de Interesse Sexual Feminino, mas sabemos que existem vários fatores que podem contribuir, incluindo hormônios alterados e substâncias químicas no cérebro, fatores genéticos, ambientais e médicos (1, 8). O transtorno de interesse/excitação sexual feminino é a falta de interesse/excitação sexual por pelo menos seis meses e, como resultado, causa sofrimento ou preocupação significativa à pessoa (9). Existem dois medicamentos aprovados pela FDA para mulheres na pré-menopausa com HSDD, Addyi e Vyleesi (10, 11). Se você acha que pode ter HSDD, definitivamente vale a pena conversar com um profissional de saúde versado em saúde sexual feminina para avaliar as opções disponíveis para você.
O desejo sexual pode mudar ao longo de sua vida, e a educação adequada, acesso a especialistas dedicados e a intervenções podem te ajudar a navegar por essas mudanças. A Rosy se orgulha de juntar-se ao Clue para trazer às mulheres informações de base científica sobre sua saúde sexual.